terça-feira, 26 de abril de 2011

Animação - A História das Coisas




Esta animação ilustra de forma criativa como funciona o mercado capitalistico, desde a extração da matéria prima, a produção da mercadoria, o consumo e o descarte  daquilo que já não nos serve mais.


Mostra o quanto este consumo exarcebado é prejudicial ao planeta e como as questões ambientais estão diretamente ligadas às novas configurações sociais..


O vídeo apresenta o real custo dos nossos hábitos consumistas e o quão prejudicial estes podem ser.

E por fim, nos tras alternativas de mudanças.


 Sabemos que também fazemos parte desta sociedade que tudo vira obsoleto muito de pressa, então é importante pensarmos um pouco no papel que representamos na sociedade e nos conscientizarmos da importância que a preservação do meio ambiente tem na nossa vida.




segunda-feira, 25 de abril de 2011

ECOSOFIA



Tornou-se impossível resolver os efeitos do poder capitalista no domínio da ecologia mental, da vida cotidiana, individual, doméstica, conjugal, de vizinhança, da criação e da ética pessoal
Apenas um conjunto ético-político, que se chama Ecosofia, entre os três registros ecológicos, o meio ambiente o das relações sociais e de subjetividade humana, seria suscetível de esclarecer os perigos que enfrentamos...

As Três Ecologias - Félix Guattari



            Na obra “As Três Ecologias”, Félix Guattari, apresenta de que forma as grandes mudanças sociais influenciam na deterioração da natureza e da sociedade. Guattari utiliza o termo Ecologia, abrangendo questões de destruição humana, revendo a necessidade de modificarmos a estrutura das classes sociais, analisando assim regras universais tal como os Direitos Humanos. Acredita que só uma ético-política, denominada Ecosofia, seria capaz de nos fazer pensar em uma consciência ecológica.
            As relações interpessoais vêm se deteriorando. Cada vez mais as pessoas se afastam umas das outras, os comportamentos vem se padronizando, as famílias vivem relações virtuais, midiáticas e o governo têm uma visão parcial dos problemas que atingem o meio ambiente, dando atenção apenas para danos industriais. Guattari acredita que apenas com a articulação entre as três ecologias, que são elas a ecologia do meio ambiente, a social e a mental poderíamos esclarecer estas questões. A esta articulação damos o nome de ecosofia.
            Guattari afirma que o homem trocou o amadurecimento imposto pelas necessidades do existir pela simples contemplação da descoberta. Abandonando o real significado do conhecer para a existência, causando assim a generalização do comportamento por todos os ramos de atividades humanas. Esta generalização do comportamento influi nas formas de subjetivação, O indivíduo se encontra em uma posição “terminal”, o homem é o ponto de chegada, visto como objeto e não enquanto ser psíquico envolvido e envolvente. Com isto o homem está se tornando um ser dotado da capacidade de raciocinar, mas incapaz de pegar algo além do que se pode apalpar fisicamente.
            A sociedade cada vez mais é influenciada pelas “leis do consumo”, que miscigena a cultura e relativiza a realidade, com isto se estabelece a decadência da auto afirmação. Esta sociedade capitalística refém da sociedade de consumo, aos olhos de Guattari, precisa urgentemente rever suas bases de sustentação. Toda essa alienação subjetiva é fruto do individualismo, que não permite que vejamos o outro a nossa volta. Ainda não conseguimos perceber que precisamos de um meio para existir.
             Pensando nestas relações humanas, Guattari desenvolveu a Ecosofia Social, que consiste em práticas específicas que tendem a modificar e a reinventar maneiras de ser na sociedade, esta tem por finalidade reconstruir o conjunto das modalidades do ser em grupo, através de mutações existenciais que dizem respeito à essência da subjetividade. Já a Ecosofia mental, prima a reinvenção da relação do sujeito com o corpo, cultiva a diferença como algo positivo e possível. Sua maneira de operar se aproxima mais daquela do artista.
            Esta deterioração, a qual Guattari se refere, diz respeito a alienação dos indivíduos, deixa-se de viver em um sistema ecológico para se viver em um sistema financeiro, tanto que o homem é capaz de pensar em tecnologias que farão mal a saúde do planeta mas concomitantemente darão lucros. Sabemos que não podemos acabar de fato com esta realidade, mas podemos encontrar novos meios de dar continuidade na vida como ela é hoje, mas sem transformar os seres humanos em robôs da economia, Para harmonizarmos as relações humanas com a natureza, precisamos reconstituir as relações interpessoais, sem perder de vista o ser dual, que é responsável também pelo outro, que percebe que as suas atitudes individuais serão responsáveis pelas mudanças sociais. Guttari salienta que é essencial a organização de novas práticas micro-políticas e micro-sociais, sendo essa a única via possível para que se pense na humanidade como um todo e não para se criar um simples equilíbrio permanente do Universo das semióticas capitalística.
"Os indivíduos devem se tornar a um só tempo solidários e cada vez mais diferente”. (Félix Guattari)